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Corrida impacta saúde dos pés. Saiba cuidados a adotar
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Corrida impacta saúde dos pés. Saiba cuidados a adotar

Equipe Tenys Pé
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Correr é uma das maneiras mais práticas de se exercitar, mas a corrida impacta a saúde dos pés e é necessário adotar cuidados para protegê-los. Seja na esteira, no parque ou nas calçadas, correr é o exercício mais praticado no mundo, conforme levantamento do aplicativo Strava, principal comunidade de atletas do momento, em 2023.

A escolha não é à toa: a corrida tem muitos benefícios e quase nenhum gasto, já que pode ser praticada ao ar livre e não requer, obrigatoriamente, aparelhos ou itens esportivos. Entretanto, quem quer garantir que a atividade física traga só benefícios precisa atentar a alguns detalhes.

De acordo com o ortopedista e traumatologista Caio Fábio, especialista em pé e tornozelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Ceará (SBOT-CE), correr com orientação adequada e calçados apropriados fortalece os músculos dos pés e auxilia no controle de peso, o que reduz a pressão sobre as articulações.

“Porém, a escolha inadequada do calçado ou a falta de atenção ao tipo de pisada pode causar sobrecarga, gerando dor e lesões”, salienta o médico. Assim, quem deseja começar a correr – ou já iniciou e tem percorrido alguns quilômetros – precisa saber mais sobre o tema.

Ônus e bônus da corrida

O treinador Adriano Aparecido Silva, supervisor de capacitação da rede de academias Evoque, salienta que a corrida também atua no fortalecimento dos ossos e ligamentos, com uma melhora significativa da resistência dos pés, cujo principal benefício é a prevenção de futuras lesões. No entanto, esses ganhos, embora ótimos para a saúde, são apenas um lado da moeda.

Entre as consequências antecipadas pelo ortopedista, Adriano acrescenta mais algumas, como a fascite plantar e a tendinite podal. Isso pode decorrer da falta de acompanhamento ou prática inadequada, mas também como agravamento de quem já tem uma contraindicação para correr.

Por isso, nunca é demais lembrar, que a corrida não é recomendada para quem já sofre com:

  • Fascite plantar;
  • Tendinopatia do Aquiles;
  • Neuroma de Morton;
  • Metatarsalgias.

Nesse sentido, o treinador Adriano Aparecido Silva reforça que, se mesmo assim a corrida for considerada como prática esportiva, é essencial adaptar o treino e, se necessário, reduzir a intensidade para evitar que essas condições piorem. É que, sem adaptação ou acompanhamento, as condições podem ser agravadas e gerar um impacto negativo à saúde, sobretudo para os pés.

Cuidados para quem vai começar a correr

Para quem nunca correu, o educador físico indica atenção especial a alguns detalhes:

  • Ao escolher o tênis, opte por modelos com amortecimento e suporte adequado à pisada, e substitua o calçado de tempos em tempos, para garantir sua eficácia;
  • A progressão da corrida deve ser gradual, ou seja, é importante começar com distâncias menores e ritmo leve para ajudar os pés a se adaptarem ao impacto;
  • Atente-se à postura e à técnica, observando a forma como os pés estão em contato com solo para evitar dores;
  • Busque sempre orientação de profissionais capacitados e, se possível, tenha um especialista para supervisionar o treino;
  • Considere meias confortáveis e hidratação diária dos pés, para evitar bolhas e machucados.

E se o pé doer com a corrida?

Sentir algum desconforto nos pés durante as primeiras corridas é comum, porque os músculos e articulações estão se adaptando. Só que o incômodo não pode ser forte nem incapacitante.

“Um desconforto leve e temporário é esperado, mas dores intensas ou persistentes podem ser sinais de sobrecarga e uso de calçado inadequado, por exemplo”, alertam os profissionais.

Agora, quando a pessoa já corre e começa a sentir dor, a história é outra. “Para corredores experientes, dores repentinas podem indicar alterações no padrão de treino ou o desgaste dos tênis, que deve ser monitorado”, explica Caio.

“Em ambos os casos, é sugerido reduzir a intensidade, descansar e, se necessário, aplicar compressas frias para aliviar a inflamação”, indica.

O ortopedista Caio Fábio ainda destaca que alguns problemas têm relação direta com a prática incorreta. “Fascite plantar e tendinite se agravam quando o tênis é inadequado ou quando a técnica está errada, enquanto calos e unhas encravadas geralmente surgem devido ao atrito excessivo com calçados apertados”.

Por isso, tanto o médico quanto o treinador recomendam uma avaliação especializada para ajustar o treino e prevenir esses problemas.

Mas, afinal, qual é o meu tipo de pisada?

Não é complicado identificar o jeito que você pisa no solo – ou, melhor, qual o tipo de pisada que tem. Além da neutra, em que ambas as partes dos pés tocam o chão no mesmo momento, sendo bem uniforme, há duas outras que são conhecidas.

A primeira delas é a pisada pronada, definida como aquela em que o pé tem seu arco medial encostado no chão. Geralmente ocorre com pessoas que têm o pé sem cava e isso afeta a biomecânica do corpo, gerando um maior desgaste nas estruturas internas dos pés.

Enquanto isso, a pisada supinada (pé cavo) é entendida como a que apresenta um arco elevado, reduzindo a área de contato com o solo e seu formato limita a capacidade de absorver impactos ao caminhar.

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