Frieira e Micose
Micose nos pés: tipos, causas e desafios no tratamento
A micose nos pés é uma condição incômoda e persistente causada por fungos que afeta milhões de pessoas. Comumente encontrada na pele ou nas unhas, essa infecção pode variar de uma irritação leve a um problema mais difícil de tratar.
“A frieira, também conhecida como pé de atleta, e a onicomicose, que afeta as unhas, são os tipos mais comuns de micose nos pés”, explica a podóloga Gabriela Maia, da Majô Beauty Club.
Os fungos responsáveis pela micose se proliferam em ambientes quentes e úmidos, como os proporcionados por sapatos fechados ou pés mal secos após o banho. De acordo com a especialista, a frieira é causada pelo fungo Trichophyton, já presente na pele, enquanto a onicomicose pode ser provocada por diferentes espécies, como Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton.
Causas e hábitos que favorecem a doença
A micose ocorre quando fungos encontram as condições ideais para se multiplicarem. Portanto, na lista de fatores mais comuns estão:
Uso de sapatos fechados e apertados, porque retêm umidade e calor, criando um ambiente favorável para os fungos;
Higiene inadequada, visto que pés mal lavados ou sem estarem completamente secos facilitam a proliferação;
Compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas, meias ou calçados, o que pode transmitir os fungos;
Frequentar ambientes úmidos e coletivos, tais quais piscinas, academias e vestiários públicos, que são locais de alto risco.
“Pequenas lesões ou rachaduras na pele também facilitam a entrada dos fungos e podem agravar o quadro”, alerta a podóloga.
Tipos de micose nos pés e seus sintomas
As micoses mais comuns que afetam os pés são:
Frieira, também conhecida como ‘pé de atleta’: os sintomas incluem coceira, odor forte, vermelhidão, descamação e rachaduras, especialmente entre os dedos. O problema geralmente causa desconforto constante e pode evoluir para fissuras dolorosas, se não tratado.
Onicomicose, a micose específica das unhas: unhas com manchas amareladas ou esbranquiçadas, espessamento, fragilidade, deformação e odor desagradável são os principais sinais. A condição pode levar meses para ser tratada completamente, devido ao crescimento lento das unhas.
Por que é tão difícil curar micose nos pés?
O tratamento de micoses nos pés é desafiador, especialmente quando elas afetam as unhas. Isso ocorre porque os fungos se alimentam de queratina, uma proteína presente na pele e nas unhas. “O ambiente quente e úmido nos pés cria as condições ideais para a proliferação dos fungos e dificulta a erradicação total”, explica a especialista.
Assim, enquanto a frieira pode ser resolvida em cerca de um mês, com o uso correto de pomadas e cuidados diários, a onicomicose exige tratamentos prolongados. O processo pode levar de 6 a 12 meses, dependendo do crescimento da unha e da adesão ao tratamento.
Como tratar a micose nos pés
O tratamento deve ser iniciado com a avaliação de um profissional qualificado. Entre as medidas recomendadas estão:
Higienização rigorosa: lavar bem os pés, secá-los completamente, sobretudo entre os dedos, e evitar compartilhar objetos pessoais;
Cuidados com calçados: higienizar sapatos regularmente, deixá-los secar ao sol e aplicar desinfetantes específicos;
Uso de medicamentos tópicos: pomadas ou cremes antifúngicos são indicados para casos leves de frieira;
Tratamentos avançados: em casos mais graves, podem ser necessários laser ou medicamentos orais, sempre prescritos por um médico.
Além disso, manter a constância no tratamento é essencial para garantir resultados duradouros. “Interromper o uso de medicamentos antes do tempo pode levar à recorrência da micose”, alerta Gabriela.
Impactos na qualidade de vida
Embora pareçam problemas simples, as micoses nos pés podem causar desconforto significativo, além de afetar a autoestima e a rotina. A coceira persistente, as rachaduras dolorosas e o comprometimento estético das unhas são reclamações frequentes entre pacientes.
A podóloga destaca que, ao menor sinal de micose, é importante buscar ajuda profissional. “Quanto mais cedo o problema for tratado, menores serão as chances de complicações ou recidivas”, conclui.