Pé Cavo
Pé cavo: saiba o que é e se precisa de tratamento
O pé cavo é uma condição caracterizada pela elevação acentuada do arco longitudinal do pé, resultando em uma pisada que concentra o peso corporal em áreas específicas, como o calcanhar e a ponta dos dedos. Essa característica anatômica pode variar de um quadro assintomático a condições mais graves, capazes de impactar na mobilidade do indivíduo e em sua qualidade de vida.
Segundo o ortopedista Greenhalgh Dias Fernandes Junior, do Hospital Japonês Santa Cruz, o pé cavo apresenta características específicas. “Clinicamente, ele se manifesta com um antepé pronado e aduzido, com elevação do arco longitudinal medial e um retropé em varo”, descreve. Ou seja, o chão só é tocado pelas pontas dos dedos e pelo calcanhar, que ainda apresenta uma inclinação para dentro, como se fosse uma torção.
Como identificar o pé cavo?
O diagnóstico do pé cavo é feito, principalmente, por meio de avaliação clínica realizada por um ortopedista especializado. Ela inclui a análise do formato do pé, da posição das estruturas ósseas, do padrão de marcha e da pisada.
Em alguns casos, exames de imagem, como radiografias, são utilizados para confirmar a hipótese diagnóstica e avaliar a gravidade do quadro. “Sinais como a elevação do arco do pé além do normal e a presença de calosidades em áreas específicas podem ser indicativos da condição”, acrescenta o especialista.
Implicações no dia a dia
O impacto do pé cavo no cotidiano varia de pessoa para pessoa. Em casos assintomáticos, não há prejuízo significativo para a mobilidade ou desconfortos. Já em casos mais graves, as repercussões incluem:
Dor nos pés devido à sobrecarga em áreas específicas;
Formação de calosidades dolorosas em regiões de maior pressão;
Tendinopatias causadas pelo esforço excessivo dos tendões;
Dificuldades na marcha ou instabilidade ao caminhar.
“O quadro clínico e as repercussões dependem de quão acentuado é o arco do pé e da presença de outras condições associadas. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente”, ressalta o profissional.
De acordo com o médico, o pé cavo não é o padrão mais comum. Isso porque o tipo mais frequente é o pé considerado “normal”, que apresenta um arco longitudinal dentro dos limites considerados saudáveis.
“O pé cavo é uma alteração que, embora nem sempre seja patológica, está geralmente associada a alguma doença de base”, explica.
Precisa tratar?
Não são todos os casos de pé cavo que exigem intervenção. A necessidade de ações médicas depende de fatores como:
Presença de sintomas, como dor ou calosidades;
Impacto na mobilidade e, consequentemente, na qualidade de vida;
Progressão da deformidade ao longo do tempo;
Surgimento de condições subjacentes associadas, como doenças neurológicas ou musculoesqueléticas.
“O tratamento deve ser baseado em uma avaliação detalhada e individualizada. Em casos assintomáticos, muitas vezes não é necessário intervir. Já nos casos sintomáticos, as opções podem incluir fisioterapia, uso de palmilhas ortopédicas e, em situações extremas, até cirurgia”, orienta o especialista.
Cuidados e prevenção
Embora nem sempre exija tratamento, algumas medidas podem ajudar a minimizar seu impacto e evitar complicações:
Use calçados adequados que ofereçam suporte e conforto;
Pratique exercícios de fortalecimento e alongamento para os pés e tornozelos;
Consulte regularmente um ortopedista, especialmente em casos de dor ou alterações na pisada.